Crianças com presença paterna têm melhor desempenho acadêmico, estabilidade emocional e desenvolvem relacionamentos saudáveis
O Dia dos Pais é uma data especial que, além de homenagear os pais e figuras paternas, também traz à tona importantes reflexões sobre a participação masculina na educação dos filhos. Neste ano, a celebração ganha destaque ao promover discussões sobre a importância do envolvimento ativo dos pais na criação e desenvolvimento das crianças.
O papel do pai na educação tem evoluído significativamente nas últimas décadas, saindo do estereótipo tradicional de provedor financeiro para assumir um papel mais afetivo e presente. A participação é fundamental para o crescimento emocional e intelectual das crianças, e é essencial que a sociedade incentive e valorize essa presença paterna.
É o caso do publicitário Rafael dos Santos, 42 anos, que é pai de Lorena Lopes dos Santos, 12, e Gael Lopes dos Santos, 3. Desde sempre, ele afirma ter sido presente na vida dos dois. “Principalmente no caso da Lorena, que já está na sexta série. Fico de olho para que ela entregue os trabalhos, consiga ir bem nas provas, tenha entendimento do que está fazendo na escola.” Muitas vezes, confessa, não se recorda das tarefas, mas procura relembrar para ajudá-la. “Sou muito presente, estou sempre de olho em tudo. Gael nasceu prematuro, então fazemos sempre o acompanhamento físico e neurológico dele, estou sempre junto. Ano que vem ele entra na escola, é outra etapa.”
Pesquisas têm demonstrado que crianças que crescem com a presença ativa e positiva de seus pais tendem a ter melhor desempenho acadêmico, maior estabilidade emocional e desenvolvem relacionamentos mais saudáveis ao longo da vida. Além disso, a contribuição do pai na criação dos filhos também fortalece os laços familiares, promovendo uma maior coesão e compreensão mútua. E o benefício se entende ao pai: levantamento feito pela National Academy of Sciences, academia norte-americana de ciências, constatou que a paternidade deixa os homens mais sensíveis e menos agressivos.
No entanto, apesar dos avanços observados, ainda existem desafios e estereótipos que limitam a participação dos homens na educação dos filhos. Muitos pais enfrentam pressões sociais e expectativas culturais que os afastam do ambiente familiar, o que pode levar a um afastamento emocional entre pais e filhos.
O debate sobre a licença-paternidade também tem sido pauta importante em muitos países, com a busca por leis mais igualitárias que permitam aos pais dedicar mais tempo aos filhos nos primeiros meses de vida. Aqui no Brasil, por exemplo, o pai tem direito a apenas cinco dias de folga a partir do nascimento do filho. Incentivos para uma maior participação paterna na educação, como políticas de flexibilidade no trabalho e ambientes corporativos mais acolhedores, também são cruciais para promover essa mudança.
É imprescindível reconhecer que a educação dos filhos é uma responsabilidade compartilhada entre pai e mãe, e a sociedade como um todo deve valorizar e apoiar essa participação igualitária. Romper com os estereótipos de gênero é essencial para que a figura paterna seja reconhecida e respeitada como um pilar fundamental na formação de indivíduos mais equilibrados e saudáveis.
Neste Dia dos Pais, mais do que presentes e celebrações, é o momento de refletir sobre a importância da participação masculina na educação dos filhos e de promover mudanças para que a figura paterna seja cada vez mais valorizada, respeitada e presente na vida das crianças.
