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Livros, encontros e escolas

Foto/Imagem: Foto: Group Publishing

Autor escrevendo seus livros

Tema do seu próximo lançamento, Caio Tozzi fala sobre suas visitas literários nas salas de aula e a importância de aproximar autor e alunos

Junho de 2023 – Foi “Nos Bailes da Vida” que Milton Nascimento cravou “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. Se a máxima valer para outros tipos de arte, como a leitura, Caio Tozzi, escritor, roteirista e jornalista, é um dos adeptos mais dedicados. Só na cidade de São Paulo, o autor já fez dezenas visitações em escolas (entre municipais, estaduais e particulares). Segundo ele, “estar próximo de um autor faz com que os jovens e professores acreditem que o livro também está mais perto”. Conversamos com Caio, que falou sobre seus encontros com os alunos, a troca com a equipe pedagógica e sobre seu próximo livro. Confira aqui!

Como funcionam suas visitas às escolas?

Geralmente, as visitas acontecem a partir da leitura de um dos meus livros pelos alunos. Os agendamentos chegam via escola ou editora e eu, nunca recuso um convite desse – para mim é precioso. Se a impressão que se tem é que o autor está indo ao colégio para oferecer algo, penso o contrário: estou indo lá, muitas vezes, para receber. A oportunidade de estar com o leitor é incrível! Conversar, saber o que funcionou ou não no livro que escrevi. Aí, a troca é riquíssima. Eles perguntam, eu pergunto. Esse interesse do autor em estar lá, em dialogar, em trocar, em ouvir também é o ponto-chave, a meu ver, dessas visitas. O autor que não abre a escuta para os jovens leitores já começa errado. Se não estão interessados em conectar, para que escrevem, não é? Buco sempre encontrar formas para viabilizar essa aproximação. Para o meu trabalho, esse encontro é fundamental.

Como as crianças reagem à presença de um autor em sala de aula? E os professores?

Ter um autor em sala de aula dessacraliza a literatura. E isso é extremamente necessário. Ainda existe uma ideia de muitas pessoas de que o livro é algo que está acima da gente, que é distante, que precisa fazer esforço, sacrifício para chegar até ele. Livro é para todos, não importa a formação leitora que teve, seja lá por quais motivos. Coloco isso no meu livro “Super-Ulisses”, publicado pela https://educarlivros.com/ . Escarlate, que fala exatamente sobre o papel da literatura na vida das pessoas. E eu percebo que estar próximo de um autor faz com que os jovens e os professores acreditem que o livro também está mais perto. Muitas vezes, os alunos se surpreendem quando chegam na escola para a visita um autor mais jovem, com boné e tal. É engraçado, mas interessante. Para muitos, o autor ainda é aquela figura em uma foto preto-e-branca no verso ou na orelha no livro. E isso tem que ser quebrado, porque faz com que ele se sinta mais perto da experiência leitora também.

Qual trabalho pedagógico pode ser explorado com essa iniciativa?

Eu acho incrível o poder de criação das professoras e professores a partir da leitura. Fazem um trabalho incrível. Acredito que a leitura dentro da sala de aula tem que ser um trampolim para outras experiências, para diálogos, para conversas. Não pode ser apenas para validação da nota (aliás, isso nem deveria existir, afinal não é possível avaliar percepções de leitura já que cada um tem a sua). O livro tem que estar entre as ‘partes legais’ da experiência escolar e não como mais uma das atividades sacrificantes vinculadas a cobrança. Dessa forma, a criatividade tem que estar livre. Vou dar um exemplo: essa semana visitei as turmas do 5o ano de um colégio de São Paulo que leram o “Super-Ulisses”, livro que citei acima. Essa história conta sobre Albertina, uma menina apaixonada por livros, que acaba se envolvendo numa aventura em que ela tem que montar uma biblioteca móvel em uma caminhonete. Sabe qual foi o trabalho das turmas a partir da leitura: engajarem os alunos em uma campanha de doação de livros para que pudessem montar mini-bibliotecas móveis que estariam disponíveis para todos dentro da escola. Viu como a leitura pode proporcionar experiências incríveis? Esse é um bom exemplo.

As visitas escolares já te inspiraram na criação de uma história?
Sim, inclusive é o tema do meu próximo livro que vai sair agora em junho: “O livro do Cuca”, publicado pela Editora https://grupoautentica.com.br/yellowfante . E o ponto de partida da história é exatamente sobre isso que estamos falando: a visita de um autor de livros infantojuvenis na escola do protagonista, o Cuca. Ele leu o livro e não curtiu e, no encontro com o autor, ele comenta que também conseguiria escrever uma obra. Aí todo mundo cobra o Cuca disso e ele, sem saída, precisa escrever o livro, mas não sabe como. É quando ele começa a receber dicas misteriosas com o passo a passo para esse processo criativo e vive essa aventura da criação. E, de certo modo, o desejo de escrever esse livro também surgiu das minhas visitas às escolas. Em muitos encontros, conhecia alunos que sonhavam em escrever suas histórias, mas não sabiam como fazer, desistiram e tudo mais. Aí pensei: vou escrever uma aventura divertida que também estimule os leitores a criarem suas histórias. Acho que vai ser legal ver esse livro no mundo.

Para conhecer a obra completa de Caio Tozzi, clique http://caiotozzi.com/web/

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