Pesquisadores da área de saúde mental apontam que crianças e adolescentes relatam um mal estar psíquico relacionado à crise climática. Este sintoma ganha força à medida que eventos ambientais extremos se tornam mais frequentes. Aliado a este mal estar, eles ouvem relatos de dificuldades para dormir e pânico. Parte desses sentimentos estão sendo inseridos na chamada “ecoansiedade”.
Este termo foi criado em inglês e definido como “medo crônico da catástrofe ambiental” pela Associação Americana de Psicologia (APA, na sigla em inglês).
Especialistas apontam que ecoansiedade não é uma doença mental. Possui uma causa bem definida (ligada à crise climática) e é marcada por um sentimento coletivo. E o tratamento para este tipo de transtorno é diferente daquele direcionado à ansiedade tradicional.
O sentimento de frustração e de impotência que marcam este quadro surgem com a ação insuficiente dos poderes e a falta de consciência socialmente mais difundida na população.
Ecoansiedade e ecopsicologia
Dentro da ecopsicologia, área que surgiu nos Estados Unidos na década de 1990, começou a surgir a ideia de que a humanidade vive hoje em uma espécie de negação coletiva.
Especialistas apontam que crianças de três anos conseguem entender em algum nível os desafios trazidos pelas mudanças climáticas, mesmo sem entender exatamente tudo. E sugerem aos adultos conversarem abertamente com crianças e adolescentes sobre isso.
Entre as ideias que se pode trazer nesse diálogo estão: mesmo que nem sempre as decisões certas são tomadas, mas que, juntos, os integrantes da sociedade podem transformar as coisas. E que o conformismo não é uma possibilidade agora.
Outra sugestão de especialistas é deixar as crianças e os jovens façam parte das decisões no cotidiano de suas casas. Mostrar a importância de checar como as mercadorias são produzidas, apostar na logística reversa e comprar quando for realmente necessário. Evitar comportamentos consumistas é uma das estratégias mais eficientes para isso.
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